Nova agenda do mercado imobiliário

Importancia da logistica para empresasAliada a esta “velha” agenda, as empresas do mercado imobiliário têm pela frente uma “nova” agenda da qual não podem fugir se quiserem aumentar a produtividade, a qualidade e a competitividade empresarial. Isso inclui a adoção dos conceitos de sustentabilidade nos empreendimentos imobiliários e na gestão das empresas, incorporando a dimensão econômica (desempenho financeiro sustentável e governança corporativa), a dimensão ambiental (localização urbana, eficiência energética, economia de água, uso de materiais locais e reciclados, qualidade do ar e conforto ambiental) e a dimensão social (responsabilidade social empresarial, inclusão cultural e digital e desenvolvimento profissional).

Ênfase especial deve ser dada aos empreendimentos habitacionais e de desenvolvimento urbano, além dos empreendimentos que estão na fase de uso e operação, visando a otimização de recursos tecnológicos agregados na etapa de projeto e obra, e que não são plenamente utilizados. Assim, abre-se um amplo espectro para o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis no setor imobiliário, envolvendo incorporação, projeto, fabricação de materiais, construção e gestão de empreendimentos.

Na “nova” agenda está na introdução do BIM – Building Information Modeling no processo de projeto, orçamento e gerenciamento de obras, propiciando a melhoria da qualidade do projeto, a criação de bibliotecas de materiais, a redução de interferências entre projetos e uma precisão maior na quantificação de materiais, visando o aperfeiçoamento das estimativas orçamentárias e a melhoria no processo de gestão dos custos de obras.

Visão de desempenho

A adequação dos novos empreendimentos habitacionais à norma NBR 15.575 que estabelece requisitos e critérios de desempenho para edificações habitacionais, envolvendo as exigências de segurança, habitabilidade e durabilidade, é outro ponto. A norma tem impacto em toda a cadeia produtiva, envolvendo projetistas, fabricantes, incorporadores, construtores e gestores prediais, elevando a vida útil das edificações e gerando benefícios de conforto e economia aos clientes e aos usuários finais dos empreendimentos.

Deve haver ainda a blindagem dos resultados da obra, lançando mão dos conceitos do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, criando-se mecanismos que beneficiem as obras. De um lado são analisados os controles internos de prazos, custos e qualidade das construtoras e, paralelamente, são realizadas auditorias independentes. Os resultados dos controles internos são confrontados com os das auditorias independentes e se emite um relatório de desempenho para um Conselho de Obras, em geral, formado pelo diretor de incorporação, diretor de engenharia, diretor financeiro e o presidente da empresa.

Isso dentro do pressuposto que o resultado da empresa vem da soma dos resultados de cada empreendimento e que a obra é parte significativa do custo do empreendimento. Este mesmo conceito de governança corporativa pode ser aplicado aos empreendimentos como um todo, envolvendo, neste caso, além dos controles de obras, as receitas, os prazos e as demais despesas contidas no estudo de viabilidade do empreendimento.

Programa de capacitação

Há necessidade urgente de implementação de um amplo programa de qualificação e capacitação profissional, de âmbito setorial e abrangendo todas as faixas de profissionais: desde executivos e diretores de empresas, passando por gerentes, engenheiros e arquitetos e chegando ao chão de obra. Em especial deve merecer atenção o investimento na capacitação dos empreiteiros como empresários, permitindo que eles gerenciem suas empresas e suas equipes de forma profissional, gerando confiança para os contratantes.

Engenheiro Civil, Mestre e Doutor em Engenharia pela Escola Politécnica da USP. Presidente do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), empresa de consultoria especializada no setor da construção, que exerce suas atividades em todo o Brasil desde 1990. Especialista em gestão estratégica, gestão empresarial, gestão da qualidade, tecnologia da construção, sustentabilidade e inovação. Autor de oito livros técnicos focados em Tecnologia e Gestão de Empresas Incorporadoras, Construtoras e Projetistas.

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